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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Palavras-rosa





Que conjuração haverá de romper os elos perfumados
Das palavras-rosas, proferidas à beira do acaso?

O sopro pronunciado abre janelas,
Traz o alazão do sonho, 
As fontes límpidas das horas glorificadas,
O timbre de flores sonoras
Sobre o mármore das estátuas.

Mata a sede de beleza,
Na pedra negra dos dias aflitos.

Se a solidão grita em contralto,
Alta e funda sobre o silêncio,
Derrama narcisos e violetas sobre o vazio
E uma cor mística e urgente se espraiará,
Alterando dissonâncias sobre as nesgas do dia.
Vocábulos enfeitiçados varrerão a terra,
Renovarão olhares sobre linhas cruzadas,
Ecos de sentimentos, ressonâncias entrelaçadas.

Inundando peito de azuis bentos,
Das penas farão asas, das pedras água.

Ah!... Plaino arado d’espera,
Se o inverno te podou as vinhas,
Flores sanguíneas surgirão pelas frestas,
Açudes se encherão de pétalas
E sons grávidos de primaveras.

Que conjuração haverá de romper os elos perfumados
Das rosas-palavras, florescidas à beira do acaso?

by Stella de Sanctis

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